Porquê fazer meditação na gravidez? Na verdade, qualquer altura é adequada para meditar, embora nem todas as alturas sejam comparáveis à gravidez. Durante a gestação, ocorrem, entre outras, alterações hormonais que provocam alterações no sono, na concentração e no estado emocional. A isto juntam-se as exigências para conciliar a vida pessoal, profissional e familiar quando o cansaço constitui uma parte importante desta viagem. De seguida, explicamos-lhe os efeitos positivos da meditação na gravidez desde o primeiro trimestre.
Benefícios da meditação durante a gravidez
Por muito tranquilas e saudáveis que nos pareçam, as 40 semanas de gravidez representam um desafio para o bem-estar da mulher. Uma prova disso é que o stress e a ansiedade podem estar presentes, seja devido aos desconfortos derivados da gestação ou à incerteza sobre o futuro.
Por estes motivos, diferentes tipos de meditação ou práticas que incluem o foco no presente como o mindfulness, tai chi ou ioga são atividades recomendadas para grávidas. Nelas, combinam-se técnicas de respiração consciente e profunda, a exploração corporal ou as visualizações guiadas. Todas são utilizadas para enfrentar tensões físicas e emocionais, relaxar o sistema nervoso central durante o parto e até reduzir a perceção de dor.
Focar-se na respiração constitui um dos melhores efeitos da meditação na gravidez. Em geral, o nosso ritmo de vida frenético obriga-nos a respirar superficialmente, com a consequente perda de capacidade pulmonar. Da mesma forma, focar-se no ritmo da respiração traz-nos para o “aqui e agora”, além de nos tornar mais conscientes dos nossos desejos e ações. Não é em vão que diferentes técnicas meditativas estão incluídas em maior ou menor medida nas aulas de preparação para o parto.
Além disso, a meditação durante a gravidez tem outras vantagens para a saúde da mãe e do bebé:
- Redução do stress e do estado de espírito negativo: algumas investigações descobriram que as mães que fazem parte de uma intervenção de atenção plena apresentam uma redução significativa da ansiedade.
- Tensão arterial mais baixa: segundo diversos estudos da Harvard Medical School, a calma autoinduzida derivada da meditação é favorável neste sentido. Como este é um risco comum, especialmente a partir da semana 20, meditar durante a gravidez pode ser uma forma natural de controlar a tensão.
- Ligação com o bebé e consigo própria: ao meditar, contacta com o seu corpo, as suas emoções e os seus pensamentos. Esta conexão está ainda associada ao vínculo afetivo que a mãe estabelece com o seu bebé, como quando acaricia a sua barriga ou fala com ele.
Como meditar na gravidez
Não há nenhuma altura melhor para meditar. Pode ser para começar ou terminar o dia, ou como pausa para descontrair. Estes passos vão ajudá-la a sentir os benefícios de meditar na gravidez desde o primeiro momento:
- Encontre uma postura em que se sinta confortável: pode até fazê-lo no sofá com as costas direitas.
- Medite alguns minutos por dia: se o fizer sozinha, deve começar progressivamente. Cinco minutos de respirações profundas durante a primeira semana são suficientes. Aumente o tempo à medida que se sentir confortável com a prática.
- Preste atenção às sensações da respiração: como o ar entra e sai das fossas nasais, como os pulmões se enchem de ar, como o corpo se move ao respirar, o seu som, etc.
- Observe como os pensamentos vêm e vão, e não julgue o seu conteúdo.
Lembre-se! Caminhar não é apenas algo que deve fazer por prescrição médica. Aproveite para fazer uma “caminhada consciente”, na qual pode centrar a sua atenção na respiração e nas sensações físicas que o seu corpo sente, ouvir sons internos e externos, etc.
A. Dhillon, E. Sparkes, R. V. Duarte. (2017). Intervenções baseadas no Mindfulness na gravidez: uma revisão sistemática e uma meta-análise, 8(6): 1421-1437.