Um movimento funcional essencial para atingir múltiplos objetivos
Explicamos-lhe como melhorar a sua técnica para evitar lesões.
O Deadlift é um dos exercícios que mais controvérsia provoca no mundo do fitness e do desporto em geral; tanto na forma de executar, como pelos benefícios e pelas contraindicações que tem; tanto a níveis estruturais como fisiológicos, e, claro, na sua funcionalidade.
Neste artigo, tenta-se desmitificar essas perguntas, tentando-se explicar, de uma perspetiva científica, que o Deadlift é funcional e que deve ser um movimento essencial no nosso treino funcional, qual é a técnica do levantamento (biomecânica do levantamento), como evitar lesões no exercício, que tipo de adaptações fisiológicas e estruturais representa o seu uso correto e, por último, diferentes variáveis do mesmo movimento e diferentes propostas de exercícios para a melhoria no levantamento.
DEADLIFT: Funcional ou não funcional?
O Deadlift não é novidade no mundo do fitness; e, muito menos, no mundo do treino (Alto Rendimento). Ainda assim, continua a haver uma grande vertente de médicos e treinadores que continuam sem “acreditar” neste levantamento.
A rejeição deste movimento funcional pode ser infundada por vários motivos; normalmente, pela falta de conhecimento deste, e consequentemente, pela crença de que existe um alto risco de lesão, além da necessidade do ensino e da aprendizagem que o Deadlift requer.
O Dead Lift talvez seja uma das melhores opções funcionais que temos, tanto a nível biomecânico como estrutural, desde que a sua execução seja correta e a carga a mobilizar seja a ótima.
Os principais objetivos do DEADLIFT.
- O trabalho da cadeia posterior.
- A mobilidade da cadeia e a sua estabilidade.
- A estabilidade da coluna lombar.
- A força do CORE e das nossas pernas.
Dependendo da carga que movermos durante o levantamento ou da proximidade do chão que estiver a nossa carga, poderemos conseguir um grande efeito nos sujeitos; seja qual for o seu objetivo, pois cada vez é maior o reconhecimento do Deadlift, inclusive como exercício reabilitador, lembremo-nos de que nem sempre o nosso objetivo tem que ser mover a maior carga, talvez o objetivo seja movê-la da maneira mais eficiente.
Como vemos, o Dead Lift reúne várias características fundamentais para o treino: requer o trabalho de grandes grupos musculares (toda a cadeia posterior: todos os músculos que dão mobilidade à cadeia, mas todos os músculos paravertebrais e interescapulares); por conseguinte, necessita de uma grande coordenação intramuscular para o correto funcionamento dessa cadeia, por isso, o sistema nervoso trabalha constantemente durante a execução do levantamento, o que não só provoca uma grande adaptação estrutural e nervosa, mas ainda conseguimos uma grande resposta hormonal.
Adapte-o ao seu dia-a-dia.
Sem nos apercebemos, na nossa vida diária, precisamos de levantar objetos do chão, por exemplo: acabou de fazer compras e pousa todos os sacos no chão. Como os levanta? E como os volta a pousar no chão? Talvez não represente um peso para um jovem de 30 anos, mas se falarmos de um idoso, a questão é bem diferente. Ao fim e ao cabo, a grande verdade dos movimentos funcionais é que as necessidades de um atleta de rendimento e um idoso diferem em grau, mas não em necessidade; ou seja, cada um necessita de “levantar algo” com um objetivo diferente, mas todos os realizamos todos os dias, por isso, se pensarmos no Dead Lift como um exercício para treinar, criando um padrão de movimento no sujeito, onde este mecanize a técnica e a aplique à sua vida, conseguiremos que esse sujeito mova cargas diariamente reduzindo o seu risco de lesão.
Além disso, se o virmos com uma orientação para o rendimento, é um exercício que, tal como dissemos, permite mover muita carga, o que nos permitirá dar muita intensidade ao nosso treino; conjugando num só movimento um estímulo forte para grandes grupos musculares: cadeia posterior e CORE.
Por todos estes motivos, o Deadlift está a deixar de ser um exercício realizado só por halterófilos para ser mais um exercício, inclusive comum dentro dos EFAI, devido à sua versatilidade e funcionalidade.